Eleição em João Pessoa e o debate na Arapuan: Democracia foi garantida? Como andou o nível? Críticas e propostas foram consistentes?


Sérgio Botêlho - Reunir 10 debatedores para um confronto com tempo marcado, e garantir-lhes equidade de tratamento, não é tarefa fácil. Mas, nesta quinta-feira, 17, à noite, foi isso o que conseguiu a TV Arapuan, ao colocar frente a frente 10 candidatos a prefeito da Capital. Não esteve presente o ex-governador e ex–-prefeito Ricardo Coutinho, candidato do PSB,

Além disso, diferentemente de algumas outras campanhas eleitorais - não apenas na capital paraibana, mas, ainda, no próprio estado, e no país -, não há entre os candidatos nenhum exemplo gritante de despreparo ou vexame. Todos estão afinados para a peleja que apenas está começando.

Apesar de ser o primeiro de uma série de confrontos que ainda haverá, certamente já deu para perceber os temas mais comuns a serem abordados: corrupção, gestão Cícero, gestão Cartaxo, gestão Azevedo. 

Desafio

O desafio do pleito municipal deste ano de 2020 é servir como instante de fortalecimento da democracia. Especialmente quando teses esquisitas começam a ser defendidas, no país, grande parte delas inquietante, porque geralmente destinada a questionar o regime democrático. Assim, a todo instante é preciso fortalecer os princípios da liberdade e da transparência na gestão pública.

Modelo

Nesse sentido, o debate organizado pela Arapuan pode servir de modelo aos que ainda estão por vir. Lógico que jamais se conseguirá um aprofundamento desejável aos temas que virão a público no debate. Mas, ao menos que sirva ao povo como meio de aferir a qualidade do comportamento dos candidatos.

Protagonismo 

Dos candidatos em litígio eleitoral, parte deles responderá diretamente a críticas dirigidas às administrações de Cícero Lucena, Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo, tidas como alvos: os próprios Cícero Lucena (PP) e Ricardo Coutinho (PSB), Ruy Carneiro (PSDB), Edilma Freire (PV) e Raoni Mendes. Caso permaneça candidato, Anísio Maia (PT) pode responder por eventuais críticas a cargo federal, no setor da Pesca, exercido no governo Lula. Os demais não têm no currículo papel de destaque em administrações da União, do estado ou do município.

Dessa maneira, os candidatos citados podem ganhar protagonismo nos confrontos, por serem mais acionados a responder a críticas diretas. Protagonismo, afinal, é um dos objetivos dos participantes dos debates políticos. Ainda mais com tão grande número de debatedores.

Propostas

No quesito das propostas, os candidatos ficaram devendo. Até houve algumas, mas, por enquanto, sem muita amarração e mais perfiladas com teses. Assim, pontificou o generalismo quando o que a população necessita ouvir são sugestões detalhadas, com indicações claras de recursos e cronogramas, para não cair no campo lodoso da demagogia, prática entre as que mais corroem os regimes democráticos.

Da mesma forma é que devem ser expostas as críticas. Afinal, além de resolverem esquecer as participações em governos estaduais e municipais, em alguns casos, em outros, os candidatos fazem críticas superficiais apenas com o intuito de angariar, pela veemência, simpatias no meio da população.

Portanto, como balanço geral, o debate na Arapuan foi positivo, e revela, desde já, a perspectiva de uma campanha eleitoral com perfil de bom nível. Ao menos pelo que apresentaram os 10 candidatos que se fizerem presentes ao debate da Arapuan. Vamos ver daqui para a frente.


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