Horário gratuito, importante na pandemia, mas há limites


Entra em campo, a partir desta sexta-feira, 09, os guias eleitorais dos candidatos a prefeito no rádio e na TV, no Brasil inteiro. Numa campanha que difere de todas as demais, no quesito propaganda, onde o contato com o eleitor está restringido, a comunicação do horário gratuito do rádio e da TV tem maior importância. Mas, há limites nesse quesito a desafiar as equipes de marketing e os candidatos.

Em João Pessoa, a rigor, não há diferenças assim tão elevadas de tempo entre os postulantes. Em 2016, enquanto Luciano Cartaxo, então no PSD, e com uma ampla coligação, tinha 4min54seg, Cida Ramos (PSB), a segundo com maior tempo, contava com 3min8seg de propaganda gratuita no rádio e na TV. Diferença de 1min46seg.
Na campanha atual, a diferença entre o candidato de maior tempo, o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB), com 1min59seg, e o de menor tempo, Valber Virgolino (Patriotas), com 16seg, é de 1min43seg, ainda menor do que a que havia entre o primeiro e o segundo lugares, em tempo de propaganda gratuita, na campanha de 2016.
Na atual campanha, conforme já comentamos em outras postagens, são 14 candidaturas, contra apenas 4 em 2016. Com tempos tão parecidos, agora, e uma quantidade tão diversa de mensagens, vai ser preciso muito engenho e arte para se diferenciar positivamente perante o público, a ponto de decidir o jogo em cima do quesito em pauta.
Na suposição de que todos estão com recursos suficientes para bancar a sempre cara produção do marketing televisivo e radiofônico, todos terão de se adaptar, desde logo, à falta de tempos exagerados.
Em 2016, o terceiro, e, por conseguinte, penúltimo candidato em tempo de TV e rádio, Charliton Machado (PT) tinha 1min35seg, muito próximo do candidato agora com maior tempo (1min59seg, de Ruy, para relembrar).
São novos quesitos que se somam àquela realidade de grande atomização dos votos, a ponto de se prever uma chegada pareada por muitos cavaleiros, com diferença a ser estabelecida pelo focinho de suas montarias. Dessa forma, até o tempo de propaganda gratuita vai colaborar para a proximidade dos votos entre os principais candidatos.
Talvez, como em raras campanhas de rádio e TV, haja a necessidade de os candidatos se disporem a uma mais esticada presença no vídeo. E, dessa forma, com menos artifícios montados em imagens e efeitos de marketing. Com um efeito benéfico: marketing menos caros. Mas, com dúvidas sobre a eficácia para alguns candidatos.
Agora, sem qualquer sombra de dúvida, a Internet vai ser o grande diferencial. A militância deve deixar mais as ruas e se postarem em frente aos computadores, tablets e celulares, com bem mais afinco que em qualquer outra campanha.

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