Eleição municipal pessoense: o que ainda pode ser realinhado?

 Provoca expectativa sobre o futuro da candidatura do PSB, em João Pessoa, o explícito desentendimento entre o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e o candidato do partido - até agora, o ex-governador Ricardo Coutinho. 


A pinimba socialista corre ao mesmo tempo que outra, envolvendo a direção nacional e o diretório municipal do PT, em João Pessoa, que decidiu por candidato próprio na capital paraibana. No caso, o deputado estadual Anísio Maia. Contudo, nacionalmente o partido defende apoio ao PSB, em Jampa.

Siqueira está reclamando do apoio da direção nacional petista ao candidato socialista pessoense. O dirigente nacional do PSB até tem motivos para estar aborrecido com o PT. Mas, não de rejeitar o apoio petista a Ricardo, em João Pessoa.

Na reação ao apoio do PT ao PSB, na capital paraibana, o dirigente nacional deixa escapar certo questionamento à própria candidatura socialista na capital paraibana, “até porque não havia candidatura de Ricardo”, ironiza Siqueira.

Enquanto isso, Ricardo enigmaticamente cita José Américo: “na volta ninguém se perde”. Estaria Ricardo dizendo que pretende retornar ao PT? Ou apenas se referindo ao seu retorno à prefeitura pessoense?

Porém, há outro enigma a ser decifrado. Segundo o noticiário, Coutinho está pedindo à Justiça direito de ficar trabalhando em Brasília. É na capital federal que funciona a sede nacional do PSB. Mas, o ex-governador cumpre medidas protetivas em João Pessoa, e deve estar em casa a partir das 20 horas.

Como é do conhecimento geral, Ricardo preside a Fundação João Mangabeira, organismo da estrutura nacional do PSB. E pretende assumir o trabalho para o qual foi encarregado pela executiva do partido.

Mas, por que o candidato socialista quer se afastar da praça onde terá de defender sua candidatura a prefeito municipal, numa campanha que, por ser muito curta, tem de ser bastante intensa?

Ao mesmo tempo, corre na Justiça Eleitoral o pedido para que seja anulada a convenção do PT que aprovou a candidatura própria do partido, rejeitando, dessa forma, coligação com o PSB, em apoio a Ricardo.

Em princípio, caso a ação do PT nacional seja vencedora na Justiça, o maior beneficiado será Ricardo Coutinho, uma vez que o processo prevê não apenas a retirada do nome de Anísio Maia como, em decorrência, o apoio do PT a Ricardo.

A Nacional do PT até já indicou o vice, na figura de Antônio Barbosa, ex-presidente do partido, na Paraíba. Esperando por isso é que o PSB ainda não registrou a chapa na Justiça Eleitoral.

Na verdade, uma chapa que, no início de todos os debates no seio da esquerda pessoense não era a do sonho de Ricardo. Consta que o que ele desejava mesmo era a junção de PSB e PT no apoio a Edilma Freire, do PV. E até admitia a vice saindo dos quadros petistas.

Curioso é que até agora a chapa do PV, que tem como vice Mariana Feliciano, do PDT, também não foi registrada, o que obriga o cidadão comum a desfiar motivos. Os verdes estariam esperando algum realinhamento de chapas?

Eis a questão.

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