Disputa em João Pessoa: em 6 dias, tudo pode mudar


Sérgio Botêlho - Sobre as deliberações partidárias que estabeleceram as candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereadores, nas eleições municipais de João Pessoa, que se realizarão em 15 de novembro próximo, apenas 3 dessas atas foram, até agora, oficializadas na Justiça Eleitoral: a do PT (Unidos por João Pessoa), a do PSDB (A Cidade no Ritmo Certo) e a do PSOL (PSOL). 

Prazos

Seriam mais rápidas nos registros, é de se supor, aquelas coligações que ou não têm problemas a serem dirimidos, convictas que estão do que foi definido na convenção, ou as que têm receio de alguma mudança partida de cima. As que ainda têm mudanças a serem feitas na composição de candidaturas, por consequência, não teriam pressa para o registro das chapas na Justiça Eleitoral. Assim como as que não vêm urgência no ato.

O prazo fatal para registro das chapas, segundo o calendário das eleições deste ano especial de 2020, é 26 de setembro (próximo sábado), pois, já no domingo, 27, começa legalmente a campanha. Portanto, durante esta semana as atas podem ser ajustadas de acordo com interesses partidários. Em resumo, somente será possível saber quem realmente estará concorrendo ao pleito municipal 2020 a partir da noite do dia 26.

Mudanças

Pelo sim pelo não, é bom ficar atento a possíveis mudanças nas chapas previstas para a disputa. No que pese a fortíssima resistência do PT de João Pessoa, e, mesmo, do PT paraibano, a direção nacional também se mostra firme na disposição de vetar a disputa solo do partido, na capital. Para piorar, segundo Ricardo Coutinho, candidato pelo PSB, o ex-presidente Lula estaria mesmo disposto a vir até João Pessoa apoiar sua (de Ricardo) candidatura.

Reação

A informação pegou os petistas paraibanos em pé de guerra contra a direção nacional da legenda e, naturalmente, provocou reações furiosas. Em plenária virtual, a presidente do diretório municipal de João Pessoa, Giucélia Figueiredo foi enfática: “o PT sempre esteve do lado correto da história e mais uma vez com essa plenária nós estamos apontando a candidatura do companheiro Anísio Maia em uma aliança histórica com o PCdoB”.

Por outro lado, além da fala de Anísio em entrevista à rádio Correio FM, de João Pessoa, um dia após a convenção, que caracterizou Ricardo Coutinho como político “decadente”, defensores da candidatura de Anísio estão na rua questionando fortemente a possibilidade de Lula vir à Paraíba defender Ricardo Coutinho. Os anisistas duvidam que Lula venha a João Pessoa se colocar ao lado do candidato socialista, e lembram o desgaste da Operação Calvário.

Por enquanto

É nesse diapasão que a disputa eleitoral de 2020 em João Pessoa entra em sua primeira semana pós-convenções, e a 6 dias do prazo fatal para oficialização das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral. A última novidade é que Ricardo Coutinho perdeu sua anunciada candidata a vice, a ex-vereadora Paula Frassinete. Problema que não será difícil para o PSB resolver. Se esse for mesmo o pretendido.

O fato é que há interesses enormes por trás da disputa em João Pessoa - aliás, como em todas as partes do país -, portanto, acompanhados com lupa também por forças muito grandes da seara política local e nacional. E política, como já dizem os especialistas, é como nuvens no céu, ou seja, você olha, baixa a vista, e olha de novo, e o desenho já é outro. É como num caleidoscópio.

No caso da disputa em João Pessoa, as mudanças possíveis de ocorrer em João Pessoa podem ser de tal monta que o redesenho das nuvens seja mais transformador do cenário do que se pode esperar. Afinal, se há tempo e legalidade para mudanças, e se há interesse em mudar, a depende da força que têm os mudancistas, e do real interesse em virar o quadro, as mudanças ocorrerão.

Em seis dias, pois, tudo pode mudar. 


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